Quem decidiu o Porto Maravilha foram as empreiteiras, diz ex-relatora da ONU

Ex-relatora especial da ONU para o direito à cidade, a urbanista Raquel Rolnik prestou consultoria ao BNDES em reabilitação de áreas centrais de cidades, entre 2007 e 2008.

Ela relata como soube da proposta das empreiteiras para o Porto Maravilha:

“Em 2008, o Élvio Gaspar [então diretor do BNDES] me liga e pede para eu ir na OAS para o [então presidente da empresa] Léo Pinheiro mostrar o que eles estão fazendo sobre o porto. Ao chegar lá, eu vejo o projeto urbanístico do Porto Maravilha quase todo pronto: já tinha um plano, os projetos de leis todos montados etc. Ele estava extremamente interessado, pois sabia que isto podia se transformar em um modelo e, a partir dali, abrir um mercado totalmente novo para as empreiteiras, que é o das PPPs de desenvolvimento urbano. Em novembro do ano seguinte, o Eduardo Paes (PMDB) pega aquele pacote, manda para Câmara dos Vereadores no final do ano e aprova tudo”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *