Nos últimos anos da ditadura militar no país, no início da década de 1980, inúmeras bombas explodiram em bancas e gráficas que vendiam e imprimiam jornais alternativos, com o objetivo de impedir que os ideais pró-democracia e de oposição ao governo se propagassem. Na madrugada do dia 3 de abril de 1981, a explosão de uma bomba destruiu parcialmente a Gráfica Americana – localizada na rua Leôncio de Albuquerque nº 34 –, do ex-exilado Dimas Perrin, líder do movimento dos gráficos. Dimas, que também era jornalista e advogado, tinha escrito o livro Depoimento de um torturado, publicado em 1979, um relato das torturas que sofrera no DOI-Codi, órgão repressor criado pelo regime militar.
O Jornal do Brasil conta que o impressor Olivaldo Lima sofreu ferimentos leves e a bomba destruiu alguns impressos comerciais, parte da porta de aço da gráfica e do relógio elétrico. Em depoimento ao JB, o dono da gráfica diz que o estabelecimento estava sendo desativado aos poucos e naquele momento apenas alguns livros e revistas eram rodados no local. “Foi um atentado terrorista praticado pelos que estão descontentes com o processo democrático no país. Não vamos aceitar provocações e a nossa resposta será em 1982, nas urnas. Esses atentados não podem e nem devem prejudicar a abertura pela qual o Presidente está lutando. Volto a repetir que não aceitaremos provocações”, disse Dimas ao jornal.