Revolta da Armada

Em novembro de 1891, surgiu um movimento de rebelião armada da Marinha do Brasil contra o governo do marechal Deodoro da Fonseca, com o objetivo de igualar os direitos e salários da Marinha aos do Exército, força à qual Deodoro pertencia. Os marinheiros queriam também o retorno da monarquia. A revolta desenvolveu-se em dois momentos: o primeiro contra marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, e o segundo contra Floriano Peixoto, militar e vice de Deodoro.

O conflito estabeleceu-se depois que Deodoro da Fonseca, com dificuldades de negociar com os opositores e em meio a uma crise institucional e econômica, ordenou o fechamento do Congresso, violando a Constituição recém-promulgada. Alguns centros da Marinha, como o da baía de Guanabara, ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Para evitar o ataque, Deodoro decidiu renunciar à Presidência, assumindo provisoriamente o vice, o marechal Floriano Peixoto, também do Exército.

A segunda parte da revolta começou em 1892, quando a oposição alertou que Floriano pretendia continuar no governo ilegalmente e convocou novas eleições, como previa a Constituição. No dia 7 de setembro de 1893, o jornal A Gazeta de Notícias relatou uma das ações do movimento: “Grave notícia se espalhou desde manhã cedo pela cidade: uma parte da força armada da nação se sublevara, e havia uma greve assustadora na estrada de ferro Central. Nem tudo isso era verdade. Os sucessos ocorridos na estrada não tinham a gravidade que se anunciava; mas era certo que a esquadra se achava em atitude francamente hostil ao governo”.

Em março de 1894, o presidente Floriano Peixoto reprimiu severamente os manifestantes e determinou a prisão dos líderes Saldanha da Gama e Custódio de Melo, candidato declarado à sucessão presidencial. A repressão fez o movimento migrar para o Sul do país, enfraquecendo-se.

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