Um ano antes de proclamar a independência nas imediações da cidade de São Paulo, Dom Pedro I era leal ao seu pai, Dom João VI, Rei de Portugal. Prova disso foi o juramento de lealdade que ele fez ao rei em 21 de fevereiro de 1821 aqui mesmo, no Largo do Paço.
Tropas portuguesas no Rio de Janeiro se amotinaram neste dia. João e seu governo não realizaram quaisquer ações contra as unidades revoltosas. Pedro decidiu agir por conta própria e foi se encontrar com os rebeldes, negociando com eles e convencendo seu pai a aceitar as demandas, que incluíam a nomeação de um novo gabinete e a realização de um juramento de obediência para a futura constituição portuguesa.
Os eleitores da paróquia do Rio de Janeiro encontraram-se em 21 de abril para eleger seus representantes nas Cortes. Um pequeno grupo de agitadores invadiu o encontro e formaram um governo revolucionário. João e seus ministros novamente permaneceram passivos, com o rei estando prestes a aceitar as exigências dos revolucionários quando Pedro tomou iniciativa e enviou tropas do exército para restabelecer a ordem.
Apenas mais de um ano depois, sob enorme pressão das elites brasileiras e da corte portuguesas, que queria que o Brasil voltasse a ser um mero “anexo” de Portugal, após ter sido sede imperial por mais de cem anos, Dom Pedro decretaria a independência do Brasil – e seria nomeado, em vez de rei, “imperador”.
Seu pai, antes de partir para Portugal, disse: “Pedro, se o Brasil for se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”