A Lava Jato, o PMDB e o Porto Maravilha

Entre 2007 e agosto de 2010, o peemedebista Moreira Franco foi o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. O cargo lhe garantia ingerência sobre o FGTS, que no final de sua gestão se transformou no principal fiador da operação do Porto Maravilha.

Quando foi criada, em janeiro de 2010, pelo ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), a Cdurp, empresa municipal criada para cuidar da urbanização do Porto, apresentava uma sinergia especial com a Caixa. Tanto que quem mandava na Cdurp quanto na Caixa eram homens fortes do PMDB.

O comando da Cdurp foi delegado à época a Jorge Arraes, ex-diretor imobiliário do fundo de pensão dos funcionários da Caixa.

A operação financeira do Porto Maravilha foi financiada pela Caixa, que investiu R$ 3,5 bilhões em troca de Cepacs na área, usando dinheiro do FGTS.

O financiamento, porém, passou a ser investigado na Operação Lava Jato por causa da acusação de que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, também do PMDB, teria cobrado propina milionária.

Delatores das construtoras OAS e Carioca Engenharia sustentam que Cunha cobrou pelo menos R$ 52 milhões para liberar o primeiro lote do fundo de infraestrutura do FGTS para o Porto Maravilha. Isso significa uma propina de 1,5% do dinheiro liberado na primeira fase da Parceria Público-Privada (PPP).

Entre os beneficiários da propina, além do próprio Cunha, estaria Fábio Cleto, que assumiu a vice-presidência responsável pelo FGTS após Moreira Franco ter deixado o cargo.

Secretário-geral da presidência de Michel Temer, com status de ministro, Moreira Franco foi nomeado em 2016 secretário executivo do Programa de Parceria e Investimentos do governo de Michel Temer (PMDB), capitaneando novos projetos de parcerias público-privadas.

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