Abra bem os olhos, porque a história brasileira é bem mais violenta e aterrorizante do que nos fazem crer.
Aqui neste local Tiradentes foi enforcado em praça pública, antes de ter seu corpo esquartejado e salgado a mando da rainha de Portugal. O resultado desse ritual macabro foi exibido em diversos pontos em Minas Gerais, onde ele espalhava junto com outros homens a ideia de ter independência da sua região do resto do pais.
Dentre os líderes da conspiração conhecida como Inconfidência Mineira, só Tiradentes morreu. Todos os outros foram degredados para África como punição.
Tiradentes foi usado como exemplo para aterrorizar os demais brasileiros que sonhavam com o fim da Monarquia. Por isso, na manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, saindo da cadeia pública, onde hoje funciona o Palácio Tiradentes, na Praça Quinze, e a grande praça onde a forca estava armada. Imagine esse trajeto triste para a morte.
A família real portuguese tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, transformando sua tortura em uma espetáculo público.
Assim era o decreto que levou o mineiro Joaquim da Silva Xavier à morte, a mando da rainha Maria I:
“JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde.
MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792,”
Agora, imagine a cena. A população assistiu atônita e curiosa a essa morte horrenda, e a monarquia durou mais cem anos.