Olhe para o final da avenida. Você esta vendo a Igreja da Candelária, famosa pela sua história, mas também por um episódio horrendo que aconteceu ali. Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, seis crianças e dois jovens foram assassinados por policiais militares em um massacre que chocou o país e o mundo. O grupo de policiais chegou à paisana em um Chevette e um táxi com placas cobertas. Atiraram contra dezenas de moradores de rua, em sua maioria crianças, que estavam dormindo nos arredores da Igreja da Candelária.
A TV Globo realizou cobertura extensa com reportagens para os telejornais do dia. “No Jornal Nacional do dia 26, o repórter mostrou que o Rio de Janeiro ainda chorava a morte das crianças assassinadas. Na Praça da Candelária, velas e cartazes eram depositados como monumentos de luto improvisados. Ativistas do mundo inteiro chegavam ao Rio para protestar contra o crime. Um deles, americano e membro de uma organização em defesa dos direitos dos negros, comparou a violência dos policiais brasileiros à da polícia de Los Angeles. As emissoras de TV e a imprensa escrita da Europa continuavam a dar destaque à chacina da Candelária. De Londres, o correspondente Silio Boccanera informou que as reportagens citavam o crime como mais um capítulo de uma tragédia rotineira nas grandes cidades brasileiras: matança de crianças com indiferença das autoridades’’, resume o site voltado para a memória da emissora.
A investigação levou à condenação de três policiais. ‘‘Duas décadas depois, pivô da série de assassinatos, o soldado Marcus Vinícius Emmanuel Borges, de 46 anos, está foragido. Os outros dois PMs tiveram as penas extintas e também se encontram em liberdade’’, diz reportagem do jornal O Globo de 2013, 20 anos depois do crime. Marcus Vinícius Emmanuel foi condenado a 300 anos de prisão, mas passou 18 anos na cadeia. Outros seis suspeitos foram absolvidos, mesmo com indícios de envolvimento na chacina.