Calabouço

O Calabouço foi criado no tempo do vice-rei Luis de Vasconcelos e Souza (1779-1790), quando. Ficava em uma instalação militar na Praia de Santa Luzia, perto do Arsenal de Guerra do Exército, até 1813, quando foi levado para o alto do Morro do Castelo, que era próximo a este ponto, onde já havia uma prisão para escravos no prédio da Casa de Câmara e Cadeia desde 1693. No final da década de 1840, o Calabouço foi transferido para a Casa de Correção, no Mangue, onde funcionou até sua extinção, em 1874.

O Calabouço servia para detenção de escravos fugitivos capturados, mas a maioria dos detentos, cerca de duzentos, em média, havia sido mandada para lá pelos seus donos para punição disciplinar. As autoridades carcerárias cobravam aos donos uma taxa por cada centena de açoites aplicados e pela alimentação. O Calabouço também recebeu escravizados presos pelas patrulhas urbanas por jogarem capoeira. Com a destruição do Morro do Castelo, em 1924, foram também destruídos os vestígios dos antigos prédios do local. Na região ainda existe, no entanto, o Largo da Misericórdia, o primeiro largo da cidade do Rio de Janeiro, de onde saía a Ladeira da Misericórdia, uma das vias de acesso ao topo do Morro. Imagens Augusto Earle, Thomas Ender, s/r.

“As condições sanitárias do velho Calabouço eram aterrorizantes. Nos compartimentos sem ventilação, o calor e a fedentina pioravam a situação. Os encarcerados ainda sofriam com a escassez de comida…” (Holloway, p. 257). “Foram conduzidos à prisão do Calabouço diferentes escravos, e que foram apreendidos jogando capoeira, alguns armados, dos quais uns já saíram e outros lá ainda se acham para serem castigados […]” (“Parte” da Polícia de 1835, citado in: SOARES, Carlos Eugênio Líbano, A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro, 1808-1850, Campinas : Editora da Unicamp, 2001. p. 104).

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