Ali bem do lado do restaurante Angu do Gomes, no número 13 do Largo de São Francisco da Prainha, funcionava no final do século 19 uma Casa de Zungu. Essas casas eram conhecidas por venderem o mesmo quitute do restaurante: os angus, feitos de milho, que guardam semelhança com os funges que se comem até hoje em Angola. Lembre-se que este largo margeava o mar, cujo contorno ficou marcado até hoje na Rua Sacadura Cabral. Dê uma olhada no mapa de 1830: aqui era a praia!
O angu era servido a um preço barato a estivadores e escravos libertos que apinhavam a região praiana. Muitos deles trabalhavam fazendo mercado de banca neste trecho, entre os Mercados da Candelária e da Harmonia. Eram os avôs dos camelôs que hoje existem por aqui.
Segundo o projeto Passados Presentes, as casas de zungu funcionavam também como pensões, onde descendentes de africanos cantavam e praticavam sua religião. Por isso, chegaram a ser proibidos no início do século 19.