Criação da Federação Operária do Rio de Janeiro

Criada com o objetivo de combater o encarecimento do custo de vida e contribuir para a organização do movimento operário, a Federação Operária do Rio de Janeiro (Forj) foi fundamental na mobilização dos trabalhadores no Rio de Janeiro em 1917. A Forj buscava incentivar as categorias trabalhistas não organizadas a criar suas associações. Ela era ‘‘uma espécie de central sindical’’ que reunia associações de várias categorias de trabalhadores com o intuito de conseguir melhores condições de trabalho.

As reuniões eram duramente reprimidas e proibidas pela polícia, que ligava a organização diretamente ao anarquismo. ‘‘Durante as greves de julho de 1917, muitas pessoas estavam associando a atuação da Federação Operária à atuação dos anarquistas. Podemos afirmar também que muitos anarquistas não só não concordavam com isso, mas também faziam questão de deixar claro publicamente as diferenças existentes entre eles e a Federação’’, diz estudo de Wellington Nébias. Acreditavam que, ‘‘ao lutar por melhores condições de vida e trabalho, a Federação contribuiria para a manutenção do sistema capitalista e não para o seu fim’’. No entanto, a pesquisa mostra que havia grupos anarquistas ligados à federação.

A moção publicada na Seção Trabalhista do jornal A Pátria (Rio de Janeiro), no dia 18 de outubro de 1923, anuncia a nova fase da federação: ‘‘A Federação Operária do Rio de Janeiro, iniciando solenemente uma nova fase de organização sindical, vem concitar-vos a abandonar o estado de letargia a que quase todos os trabalhadores do Brasil se entregam há mais de dois anos, e a vir decididamente trabalhar conosco na formidável obra que devemos levar a efeito, reorganizando os trabalhadores da extensa região brasileira. Nunca, como agora, se impôs a necessidade de congregarmos em torno do nosso rubro pavilhão para opor forte, indestrutível barreira à ganância capitalista, que nos assorbeba a todos, e à invasão retrógrada do conservantismo que em volumosas ondas ameaça submergir o frágil batel das reivindicações proletárias’’. Uma nota seguia o texto: ‘‘O Comitê Federal da FORJ reúne-se amanhã, segunda-feira, às 20 horas, na sede da Associação dos Carpinteiros Navaes, à rua da Saúde 345 sobrado. – Domingos Passos, secretário adjunto’’.

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