No dia 9 de janeiro de 1822, o então príncipe regente dom Pedro I resolveu contrariar a ordem da corte portuguesa de voltar a Lisboa, como havia feito seu pai, dom João VI. Ele permaneceu no Brasil, no episódio que ficou conhecido como Dia do Fico. Foi o primeiro passo para a independência do Brasil, já que a presença do príncipe no país impedia que a corte tornasse o país novamente uma colônia de Portugal.
Em resposta à ordem portuguesa, liberais radicais reuniram 8 mil assinaturas a favor da permanência do príncipe. Pressionado, dom Pedro declarou a célebre frase para o público em um dos salões do Paço Imperial: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”.
No dia seguinte, o Diário do Rio noticiou: ‘‘O Senado da Câmara julga de seu dever anunciar ao Povo desta cidade, que hoje ao meio dia pôs na Presença de S. A. R. o Príncipe Regente do Brasil as Representações que lhe dirigiu, que o Mesmo Senhor se Dignou anuir a elas, dando a resposta seguinte: ‘Convencido de que a Presença de Minha Pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a Nação Portuguesa, e conhecendo que a vontade de algumas Províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes, e Meu Augusto Pai, e Senhor, deliberem a este respeito com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido’’’.
A posição de dom Pedro fez instalar-se um conflito entre os países, até a declaração da independência do Brasil, proclamada em 7 de setembro de 1822.