Golpe de 1964

No dia 31 de março, dia anterior ao golpe de 1964, a sede do Jornal do Brasil foi invadida por soldados do Corpo de Fuzileiros Navais, que deixaram a rádio fora do ar por uma hora em represália ao noticiário da emissora. Os soldados alegavam que ela estava transmitindo notícias subversivas, quando divulgou a reunião secreta contra o governo de João Goulart presidida pelo general Castelo Branco no Ministério da Guerra.

“Quem chegasse às 8h30m da noite de ontem ao Edifício do Jornal e da Rádio Jornal do Brasil não poderia entrar pois encontraria na porta, metralhadora em punho, um fuzileiro naval. E se olhasse pela parede de vidro dos estúdios da Rádio teria a impressão de assistir a um filme de gangsters: quatro outros fuzileiros, comandados pelo Tenente Arinos, moviam-se como gorilas pelo estúdio, seus movimentos tolhidos pelas metralhadoras que ameaçavam microfones, painéis de instrumentos e os funcionários, estupefatos com aquela irrupção de selvajaria tecnológica em plena Avenida Rio Branco’’, diz a edição do JB de 1º de abril. O jornal relata também que o comandante do Corpo de Fuzileiros Navais respondeu por telefone ao Superintendente da Rádio e Jornal do Brasil que a invasão fora apenas um engano.

Diversos eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil levaram ao golpe no dia 1º de abril de 1964, marco do início da ditadura militar que durou 20 anos.

Antes do regime militar do Brasil, a maioria dos jornais apoiava abertamente a deposição de Jango e, com isso, acabaram por incentivar o golpe. Os militares tiveram também amplo apoio de outros setores da sociedade, como empresários, proprietários rurais, governadores de estado, e as parcelas cristãs e conservadoras da classe média, que foram mobilizadas para a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Os envolvidos no golpe de 1964 justificaram a saída de Jango com o objetivo de restaurar a ordem e deter a “ameaça comunista” no país. Para evitar uma guerra civil e em busca de segurança, Jango viajou no dia 1º de abril para Brasília e depois para Porto Alegre, de lá seguindo para o exílio no Uruguai. No mesmo dia, os militares chegaram ao poder, estabelecendo a ditadura até 1985.

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