Missa de sétimo dia de Édson Luís foi na Igreja da Candelária, com porrada e cerco da polícia

No dia 4 de abril de 1968, a missa de sétimo dia de Édson Luís, 16 anos, estudante morto pelo regime militar, foi realizada na Igreja da Candelária e terminou com dezenas de pessoas feridas e presas. Quando a primeira missa do dia em memória do estudante terminou, policiais militares esperavam do lado de fora da igreja para começar a repressão contra os presentes, com cassetetes e espadas. O Jornal do Brasil informa que as Forças Armadas mobilizaram nada menos de 20 mil policiais para a ação.

Na segunda missa, à tarde, a fim de impedir uma nova repressão, o vigário-geral do Rio de Janeiro dom José de Castro Pinto e os 15 cocelebrantes da missa formaram um corredor e, de mãos dadas, saíram da igreja na frente dos estudantes. ‘‘Escoltando os estudantes até a Av. Rio Branco, os padres, ainda em trajes litúrgicos, impediram um novo choque na esquina de Presidente Vargas com Rio Branco’’, revelou o JB. Mas, mesmo com a ajuda dos padres, o jornal conta que ‘‘o comandante do esquadrão de cavalaria ordenou a carga contra a multidão — cerca de mil pessoas — que desfilava pela calçada’’. No fim do dia, o número de prisões passou de 600 pessoas. A morte de Édson foi marco para o início do endurecimento do regime militar brasileiro, que levou ao decreto do AI-5.

Naquele mesmo dia, o líder do movimento negro Martin Luther King era assassinado nos EUA.

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