Morte de Édson Luís foi estopim para o AI-5

Com 16 anos, o estudante Édson Luís Lima Souto foi assassinado pelo governo militar (1964-1985) no dia 28 de março de 1968. Édson estava em uma manifestação de secundaristas no restaurante Calabouço. Eles pediam a conclusão das obras do restaurante e protestavam contra a má qualidade das refeições e o aumento no preço da comida. A ditadura militar já estava com quatro anos e manifestações não eram toleradas. Policiais militares chegaram ao ato para dispersá-lo e responderam com tiros às pedras que os estudantes lançavam. Édson foi atingido no peito por uma bala e morreu antes de ser atendido por médicos.

O Jornal do Brasil, na edição do dia seguinte, relatou: ‘‘Havia cerca de 300 estudantes no restaurante, e após a retirada do choque da PM todos seguiram em cortejo, transportando o corpo do colega Édson Luís Lima Souto para a Santa Casa da Misericórdia, onde os médicos e funcionários de serviço lhe impediram a entrega. No entanto, os estudantes forçaram a passagem, levaram o corpo até o interior do hospital e, uma vez constatada a morte do estudante, carregaram-no sobre os braços erguidos, até a Assembléia Legislativa, num impressionante cortejo’’. Hoje, no prédio funciona a Câmara de Vereadores, na Cinelândia.

O assassinato de Édson provocou uma série de atos e greves de estudantes por todo o Brasil contra a ditadura militar. A reação dos militares foi endurecer a repressão até decretar o AI-5, quinto decreto emitido pelo governo e considerado o golpe mais severo do regime, que deu poderes quase absolutos aos militares.

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