Proclamação da “República Federativa Brasileira”

Publicado apenas às quartas, sextas e domingos, o jornal O Fluminense teve de esperar até o dia 17 de novembro para noticiar a proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889. As manifestações em prol do fim do Império já ocorriam havia tempo, mas apenas por meio de um golpe militar, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, principal chefe do Exército brasileiro à época, o imperador dom Pedro II foi destituído e a República foi proclamada na praça da Aclamação, atual praça da República.

Além dos militares, a elite econômica não estava satisfeita com o caráter centralizador do poder imperial, que não permitia a autonomia das províncias. Os fazendeiros também foram grandes influenciadores da República porque acreditavam que com o fim da escravidão, ocorrida em maio de 1888, deveriam ser indenizados pelo Império por ter perdido suas “propriedades” – os negros escravizados – o que não aconteceu. Com o fim da escravidão, não havia mais razão de ser ou apoio substantivo ao modelo imperial brasileiro.

O golpe que estabeleceu o regime ocorreu sem grande repressão ou violência, mas o jornal O Fluminense relata o único momento de tensão. O barão de Ladário, ministro da Marinha na época, reagiu a tiros à ordem de prisão ordenada por marechal Deodoro da Fonseca contra militares resistentes à República. O barão não atingiu ninguém, mas foi baleado por um dos tenentes que acompanhavam Deodoro. ‘‘Durante estes acontecimentos, tendo resistido à prisão o Barão de Ladário, ex-ministro da Marinha, recebeu vários ferimentos de espada e arma de fogo. Após isto, foi proclamada a República Federativa Brasileira e nomeado o Governo Provisório’’, diz a reportagem.

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